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A reversão das políticas de subsídios e regulação ambiental nos EUA, promovida pelo governo Trump, levou a GM a reavaliar sua capacidade e produção de carros elétricos, resultando em um impacto negativo de US$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre. A montadora pode registrar novos encargos futuros devido à necessidade de ajustar investimentos em baterias e produção.
O fim do crédito tributário de US$ 7,5 mil acelerou vendas antes de sua expiração, mas a expectativa é de queda significativa na demanda, agravada pelo alto preço dos elétricos (US$ 9 mil acima dos modelos a gasolina) e estoques elevados.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
A decisão do governo dos Estados Unidos de “engatar a ré” nas políticas de subsídios para carros elétricos e na regulação de emissão de poluentes terá um impacto bilionário nos resultados da General Motors (GM) no terceiro trimestre.
A montadora informou nesta terça-feira, 14 de outubro, que os resultados do trimestre encerrado em 30 de setembro sofrerão um impacto negativo de US$ 1,6 bilhão devido à necessidade de “realinhamento da nossa capacidade e produção de carros elétricos à demanda do consumidor”, segundo comunicado.
Nos últimos anos, a GM realizou diversos investimentos no desenvolvimento de veículos elétricos, mas as políticas do presidente Donald Trump devem desacelerar a demanda por esses modelos nos Estados Unidos, um efeito que ainda deve ser sentido pela montadora por bastante tempo.
“A reavaliação da nossa capacidade de produção de veículos elétricos, incluindo os investimentos na fabricação de componentes de bateria, está em andamento, e é razoavelmente possível que reconheçamos encargos futuros adicionais — em dinheiro e não monetários — que podem afetar negativamente os nossos resultados operacionais e fluxos de caixa no período em que forem reconhecidos”, diz trecho do comunicado.
A notícia impacta as ações da GM no pré-mercado. Por volta das 8h33, os papéis da montadora caíam 1,74%, a US$ 54,65. No ano, os ativos acumulam alta de 8,26%, elevando o valor de mercado para US$ 53 bilhões.
Desde que se reelegeu, Trump vem desmontando a política ambiental de seu antecessor, Joe Biden. Essa agenda tem afetado diretamente o mercado de veículos elétricos nos Estados Unidos, com as montadoras se preparando para a reversão da demanda observada nos últimos anos.
Há duas semanas, terminou o prazo para os americanos utilizarem o crédito tributário de US$ 7,5 mil, criado pelo governo Biden para a compra de carros elétricos. Isso levou muitos consumidores às concessionárias para fechar negócios.
No início do mês, a GM informou que as vendas de carros elétricos no terceiro trimestre bateram recorde, somando 66,5 mil unidades. As vendas da Ford aumentaram 8% no período, impulsionadas por modelos elétricos e híbridos.
As vendas de veículos híbridos e elétricos cresceram 21% no terceiro trimestre, representando cerca de 12,2% das vendas no varejo em setembro — uma fatia recorde, segundo levantamento da JD Power, empresa de pesquisa do setor.
Com o fim dos subsídios, as vendas de carros elétricos nos Estados Unidos devem cair significativamente. Diferentemente dos mercados europeu e asiático, o americano sempre enfrentou os altos preços de tabela, mesmo com o crédito fiscal. Dados da indústria de agosto indicam que um veículo elétrico médio custava US$ 9 mil a mais que um modelo a gasolina.
A situação se agrava com o estoque de 134 mil novos carros, que acumulam poeira nos pátios das concessionárias.
No início do mês, Christian Meunier, presidente da região das Américas da Nissan, afirmou que outubro deve ser o pior mercado em anos para veículos elétricos. O CEO da Ford, Jim Farley, acredita que a participação desses automóveis no mercado caiu mais da metade, para entre 4% e 5% das vendas totais até o fim do ano.
Fonte: NeoFeed