O Nubank entregou mais um trimestre sólido e superou as projeções do mercado. O lucro líquido de US$ 637 milhões no segundo trimestre de 2025 ficou 5% acima do consenso dos analistas da Bloomberg, que projetavam US$ 632 milhões. O lucro líquido ajustado foi de US$ 694,5 milhões, uma expansão de 34% sobre o mesmo período de 2024.
O desempenho representa um crescimento de 42% em relação ao mesmo período de 2024 – em base neutra, para efeitos cambiais -, consolidando a trajetória de rentabilidade sustentável do Nu.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) atingiu 28% no trimestre, ficando próximo da estimativa de mercado de 28,4%, mas ainda assim superando o ROE de 23,3% registrado pelo Itaú no mesmo período.
As projeções do Bank of America se confirmaram. O crescimento foi impulsionado pela expansão da carteira de crédito, melhorias na margem financeira líquida e controle das despesas operacionais. A carteira total de crédito cresceu 40% em base anual (descontado o efeito do câmbio), atingindo US$ 27,2 bilhões.
O balanço foi publicado após o fechamento do pregão de quinta-feira, 14 de maio. No after market, a ação do banco na Nyse chegou a subir mais de 9%, ante uma queda de 2,9% no dia.
A receita financeira líquida de juros (NII) saltou 33% ano a ano para US$ 2,1 bilhões, com margem líquida (NIM) de 17,7%, ligeiramente acima dos 17,5% do trimestre anterior.
Contrariando algumas preocupações dos analistas sobre deterioração da qualidade dos ativos, os índices de inadimplência ficaram estáveis. A inadimplência de 15-90 dias permaneceu em 4,4%, enquanto a acima de 90 dias se manteve em 6,6%, ambas dentro do esperado para a sazonalidade do segundo trimestre.
“A formação de inadimplência está alinhada com nossas expectativas”, afirmou a empresa na apresentação de resultados.
A operação internacional, especialmente no México, também mostrou evolução. O país registrou 6,6 milhões de clientes de cartão de crédito, uma expansão de 52% em 12 meses, e US$ 6,7 bilhões em depósitos.
A recente aprovação da licença bancária pela Comisión Nacional Bancária y de Valores (CNBV), a responsável pela supervisão e regulamentação de instituições financeiras no país, pode dar um impulso para a operação mexicana.
Dança da cadeira no trimestre
O segundo trimestre marcou importantes movimentações na alta cúpula do Nubank. Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, assumiu como vice chairman e diretor global de políticas públicas em julho, trazendo a expertise regulatória para a expansão internacional após deixar a autoridade monetária.
Em agosto, Eric Young foi nomeado Chief Technology Officer (CTO), substituindo Vitor Olivier após uma década na empresa. Young, com passagens por Google, Amazon e Snap, assume com o mandato de acelerar e implementar tecnologias de inteligência artificial.
A empresa também anunciou Ethan Eismann como novo diretor de design, completando um trio de liderança de “classe mundial”, segundo David Vélez, CEO e fundador.
A ação da Nu Holdings acumula valorização de 15,9% no ano na Nyse. O valor de mercado do banco é de US$ 57,9 bilhões.
(Texto em atualização.)
