O governo dos Estados Unidos deve conceder à SpaceX, de Elon Musk, um contrato no valor de 2 bilhões de dólares para a construção da chamada “Cúpula Dourada”, um novo sistema de defesa antimísseis anunciado pelo presidente Donald Trump em maio deste ano.
A informação foi divulgada pelo The Wall Street Journal, que afirma que a SpaceX deve receber esse valor para desenvolver até 600 satélites capazes de monitorar mísseis e aeronaves. Além da SpaceX, outras empresas norte-americanas também devem participar do projeto — entre elas, Anduril e Palantir.
Além disso, a administração Trump planeja usar a rede de satélites Starlink, também da SpaceX, para comunicações militares. Atualmente, a empresa já conta com mais de 8 mil satélites Starlink em órbita.
 
A “Cúpula Dourada” de Trump
O plano apresentado por Trump em maio foi descrito pelo The Washington Post como ambicioso e com um custo de dezenas de bilhões de dólares. Caso se concretize, será a primeira vez que os Estados Unidos posicionam armas antimísseis no espaço.
“Quando estiver totalmente construída, a Cúpula Dourada será capaz de interceptar mísseis, mesmo que sejam lançados do outro lado do mundo ou do outro lado do espaço, e teremos o melhor sistema já construído”, disse Trump na Sala Oval, ao lado do secretário de Defesa Pete Hegseth, que depois classificou o projeto como um “divisor de águas”.
Trump já destinou 25 bilhões de dólares do orçamento federal para a construção dessa infraestrutura, e o custo total do sistema está estimado em 175 bilhões de dólares.
O presidente também afirmou que a arquitetura do projeto já está definida e que o sistema poderia começar a ser implementado dentro de três anos.
A “Cúpula Dourada” é inspirada no sistema de defesa antimísseis israelense “Cúpula de Ferro”, de onde vem o nome adotado por Trump.
O sistema israelense já interceptou milhares de foguetes e drones desde 2011, com uma taxa de sucesso de cerca de 90%, segundo a empresa militar Rafael.
Israel começou a desenvolver o sistema após a guerra do Líbano de 2006, e os Estados Unidos se juntaram posteriormente ao projeto, contribuindo com tecnologia e bilhões de dólares em apoio financeiro.
 
Como funcionará?
O sistema proposto por Trump surge após China e Rússia terem colocado armas ofensivas no espaço, incluindo satélites capazes de neutralizar satélites americanos críticos, o que poderia deixar os EUA vulneráveis a ataques.
O Pentágono tem alertado nos últimos anos que os novos mísseis chineses e russos são tão avançados que é urgente atualizar as defesas.
A Cúpula Dourada, portanto, deve combinar capacidades terrestres e espaciais para detectar e interceptar mísseis em quatro fases principais de um ataque potencial:
Identificar e destruir os mísseis antes do lançamento;
Interceptá-los logo após o disparo;
Neutralizá-los no meio do percurso;
Impedi-los nos momentos finais, enquanto descem em direção ao alvo.
Os satélites e interceptores adicionados ao sistema teriam como função destruir mísseis avançados no início ou no meio do voo.
 
O primeiro passo e o futuro do projeto
Trump já havia mencionado o projeto de um escudo antimísseis durante sua campanha, embora especialistas apontem que o sistema enfrenta limitações, já que foi originalmente concebido para ataques de curto e médio alcance, não para mísseis intercontinentais que possam atingir os Estados Unidos.
Durante seu primeiro mandato, Trump criou a Força Espacial dos EUA e, desde então, vinha expressando o desejo de desenvolver uma “Cúpula Dourada” — inspirada na israelense, mas com armas baseadas no espaço em vez de apenas em terra.
Assim, pouco depois de reassumir o cargo em janeiro, Trump assinou uma ordem executiva instruindo o Pentágono a desenvolver planos para um “escudo antimísseis de próxima geração”.
Durante a apresentação oficial do projeto, na última terça-feira, uma das imagens exibia a frase:
“Este é um mundo muito perigoso.” “Vamos proteger nossos cidadãos como nunca antes”, declarou o presidente dos Estados Unidos.
Fonte: Notícias ao Minuto 
								